quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Porque (não) confiar no amor...



Uma, duas ou até mais vezes na vida você irá se encontrar em plena felicidade...
Vai estar em um mundo onde tudo parece lindo, as coisas parecerão mais fáceis, as barreiras menores e o humor....ahhh o humor sempre alto astral, fazendo você distribuir sorrisos além do que de costume.
Um mundo tão belo que vai fazer você se enclausurar nele, pelo menos por um tempo, esquecendo de tudo e de todos por medo de perder cada detalhe dessa imensa alegria que invade a alma, isso é bom, muito bom.
E a companhia? Ela é ótima, os momentos então, nem se fala, são tão bons que, quando você se encontrar sozinho irá entrar em uma nostalgia total, relembrando e rindo para o nada.
Tudo muito belo, muito inesquecível, muito indescritível...
Até o momento em que a realidade invade e as você se coloca nessa condição em virtude aceitando atitudes egoístas suas e do amado imaginando que seja uma fase, um período doloroso que irá passar com o tempo. É o período que procuramos fazer tudo para demonstrar o amor, para cativar o outro e esperam que isso faça com que, finalmente, ele se renda, e também se entregue de corpo e alma à relação.
Isso é fato, mas não um fato generalizado.
Mas vejamos um exemplo que vem de berço, nós amamos profundamente nossos pais, mas eles usaram esse sentimento para nos reprimir e impor seus padrões e regras. Se nos amassem tanto, não fariam isso e concluímos isso ainda criança e seguindo esse raciocínio, aprendemos a desconfiar do amor. E permanecemos desconfiados mesmo depois de adultos, pois a criança dentro de nós não entende como alguém pode amá-la sem desejar nada em troca, incondicionalmente, se seus próprios pais não a amaram assim.
Mas de repente, como se fosse tudo mágica às vezes nos deixamos levar e confiamos plenamente, e nos perguntamos, de onde vem tudo isso?
Claro que de vários fatores, sendo que o principal começa pela pessoa, ou seja, às vezes confiamos em pessoas que mentem e não condizem suas palavras com as ações, mas o encantamento é tanto que preferimos nos iludir e achar desculpas para não perder esse encantamento por ela. Essa capacidade de confiar depende também de como funciona o mundo interior daquele que ama e não apenas da forma de ser e de agir do ser amado.
Não é difícil também encontrar pessoas que não conseguem desenvolver a sensação de confiança em virtude de uma auto-estima muito baixa. Desconfiam da capacidade que têm de despertar e conservar o amor da outra pessoa; se sentem inseguras, achando que a qualquer momento podem ser trocadas por outras pessoas mais atraentes e cheias de encantos. E, o que pior, sentem-se assim mesmo quando recebem sinais constantes, diretos e persistentes por parte da pessoa amada.
Então refletimos...as necessidades afetivas que não foram preenchidas quando crianças e que vão surgindo de acordo com a fase/idade/situação que nos encontramos pode criar um sentimento receoso ao amor e fazer pensarmos com que não sejamos merecedores de tal sentimento. É preciso enxergar e aceitar esse fato, isso acontece. Mas será que por causa disso não confiaremos mais no amor pelo resto da vida?
Não precisamos ver assim, mas que teremos de estar preparados para o amor, que as vezes se desvia para um caminho que não queremos e encarar esse fato é ser realista, é amar com os pés no chão. Se você confiar no amor e não barrar seu fluxo, o parceiro pode até ir embora, mas você vai permanecer aberta para outras pessoas, num nível mais profundo. Porque o amor é algo que você sente e que troca com o outro. Não é o outro. O outro é apenas uma conexão que você faz para poder partilhar o amor. Não é propriedade privada sua.
Então a melhor forma é confiar no amor, mas principalmente confiar em si mesmo, pois a vida nos traz as pessoas, cria as situações mais incríveis para que nos encontremos com o outro. Mas em seu próprio ritmo. Talvez aquela pessoa esteja aí para viver apenas um momento com você – ou, quem sabe, longos anos.
Confie no amor, mas confie na sua capacidade de encarar a vida da forma como ela é, confie em si, porque o amor não tem limites, a vida não é uma linha reta, segurança é uma ilusão e existir é correr riscos.
Texto de quem amou, continua amando e amará para o resto da vida.