quarta-feira, 30 de junho de 2010

PESSOAL E INTRANSFERÍVEL











Chegou a “Pequena Notável”,
de bolso, sou descartável;
mas não se deixe enganar
com o que eu posso aparentar:
se nos frascos pequeninos
há os perfumes mais finos,
é também neles que vemos
os mais terríveis venenos...
Não tenho nenhum complexo,
transo tudo, até em sexo,
eu gosto de ser assim,
ninguém esquece de mim...
Gasto pouco com feijão,
com roupa, e na condução,
— se o trocador não bronqueia —,
eu às vezes pago meia...
Por fim, tenho outra vantagem:
eu caibo em qualquer bagagem.
E quem se atreve e se enleva
vê que sou leve e me leva...
Assim, por mais que eu ande,
com minha miudez eu venho sempre a aprender
que ninguém precisa ser gente grande.
Precisa é SER!
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Acho que cada um tem um poema que nos define.

2 comentários:

  1. Eu ainda não encontrei o poema que me define. Mas agora vou procurar, quem sabe eu encontre...
    Já achei um conto da Hanny Saraiva, mas poema...
    Bjs

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  2. A miudeza é preocupante só se for de alma! Quantos pequenos gigantes não conhecemos por ai?!
    Apesar de eu não ser considerada pequena de estatura adorei o poema! Descreve muito bem.
    Beijos

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