sábado, 13 de junho de 2009

Ser PARAENSE!





Açaí, tacacá, tucupi.
Manga, cupuaçu, bacuri.
Pupunha, bacaba, uxi.
Ser paraense é também dizer...
Axiii... !
De novo esse papo, esse tom,
Essa conversa fiada
De dizer que a chuva é molhada
Só em Belém do Pará.
Festa só da Chiquita,
Sesta é na rede
Besta é quem não mata a sede
Na mesa daquele
Bar que pede: - Elias, traz aquela uma.
Leso é quem não se encharque
Numa bela noite no Bar do Parque.
Seu sumano, deixe de prosa
Assuma que a terra é nossa
Égua, xiri, tem termo
Deixa de ser besta, seu sacana,
Pega o prumo, toma uma cana,
Se ainda tiver, branquinha de Abaeté.
E vem dançar, mesmo que só,
O nosso carimbó.
Ser paraense é saber
Quem São Eles
E saber que quem é Rancho,
meu amor, não amofina.
E que na Pedreira o samba e o amor
Podem até não tocar a noite inteira
Mas não somos nós que
Vamos dizer essa besteira.
Ser paraense é saber
Que sair daqui pra ir logo ali
Tem que beirar, arrudear e imbicar
Senão o que é ali vira acolá
E a gente corre o risco de nunca,
Nunquinha, chegar.
Ser paraense é ser pai d'égua
E poder dizer só te digo, vai.
Depois da primeira légua,
Tem as ondas do Mosqueiro,
As areias do Pesqueiro,
A praia do Atalaia
E o chão do Alter do Tapajós,
Que nos deu Sebastião,
Ora, viva nós.
Ser paraense é assumir que
Água de coco só em Icoaraci,
Que volta e meia e meia volta
A gente sempre volta
Pro açaí, pro tucupi.
Que diga o bom Nilson,
Que de som em tom,
Maroto, amigo,
Sempre canta o próprio umbigo.
Ser paraense é isso,
Remo ou Payssandu,
Chamar todo mundo de tu,
Achar o povo do Sul, aru.
É pegar a cuia botar no banho
Que, se não for de cheiro,
Não traz dinheiro,
É ficar de bubuia
Pro tempo passar primeiro.
Ser paraense é gostar da Leila,
Dizer que não agüenta mais a Fafá
Mas carregar sempre, o disco dela
De lá pra cá.
Ser paraense é ir embora
E dizer, lá fora, contente,
Até que enfim saí dali.
E lá, bem longe, pensar seriamente
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar.
Ainda tem muito pano pra manga,
Muita farinha pro meu chibé,
Ninguém ainda falou no Lapinha,
Nem na Virgem de Nazaré.
Que me desculpem as beatas,
Santa é santa, moça é moça,
Ninguém misture o abraço.
Ferro é ferro, ouro é ouro
Tudo cabe nesse nosso pedaço.
Ser paraense é Ver -o- Peso,
Ver o Círio
Cantar o Lírio Mimoso
Chamar pro marido, esposo.
Ser paraense é saber que
Só quem é do Pará,
Pode dizer com orgulho
Sou mesmo da banda de cá
Eu sou das brenhas,
Eu sou das matas,
Sou dos rios, sou da floresta,
E, mais do que tudo,
Sou do futuro,
Sou da vida que me leva,
Que me embala,
E me acalanta e me convence
Ei, eu sou mesmo
É paraense.

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